segunda-feira, 14 de março de 2011

Engolindo Palavras

Engolindo Palavras
Acordei assim, cedíssimo, com vontade de falar. Passei o dia assim, sem ter coragem pra falar e aí engoli as palavras.
Mas sempre fiz isso. Quem dera ter coragem pra falar.
Palavras engolidas causam uma revolução interna de sentimentos, pensamentos, e me deixam ansiosa, com pressa pra tudo.
Escrever foi e é uma solução paliativa – espero que pelo menos me acalme.
A urgência de tudo, vem das tragédias que são vividas “at the same time”, “on line” e invade minha cabeça com um único pensamento: não tenho tanto tempo pra esperar!
A vontade de dizer o que sinto, o que me deixa feliz, o que me atrai, o que me assusta, o que me faz querer, o que me faz triste, brota com a força de um vulcão – e aí vem o medo de assustar. Vulcões são assustadores, eu sei.
Medo de não me compreenderem. A falta de intimidade, a invasão de privacidade, a falta de tempo, alteram o significado das palavras. E quando somente se escreve as palavras, a coisa fica bem pior.
Tente escrever pra alguém que você gosta:
- "Não, eu já disse que não!" (soou agressivo, não foi?)
Agora tente dizer, com um olhar doce e uma voz bem melosa a mesma frase. (pode até soar como um convite de sim, não é?).



Para se alcançar a comunicação quase perfeita tem que existir a voz, o olhar, talvez o toque...
Óbvio que vivendo neste tempo agora, onde ninguém tem tempo a não ser para trabalhar, temos que usar outros meios de comunicação que se encontram à nossa disposição. Eu, por exemplo, adoro receber e mandar “msg” através do celular. Adoro me comunicar com as pessoas através do “twitter” e interagir através da troca de "emails", já que ali não haverá a limitação dos 140 caracteres.
O “blog” é pra defumar meu ser, purgando os pensamentos, os desejos, em palavras escritas.
Dizem que o planeta alterou sua inclinação em 11/03/2011. Algo mudará nas áreas costeiras de todos os países, e em nosso ponto de equilíbrio. Teremos que nos ajustar, nos adaptar, sem perder o objetivo principal que nos move – viver bem!
Espero encontrar logo o gancho para iniciar a conversa...quero abandonar a figura do vulcão e transformá-la na fonte que flui lentamente - água fresca e límpida.