sexta-feira, 4 de março de 2011

Earth?

Ser uma pessoa boa é ser fake.
(fake = falso)

Ser honesto é raro.

Eu não gostar de falar palavrão é excesso de moralidade, mesmo que eu não me importe que os outros falem.

Eu não gostar de bebida alcoólica, mesmo que não me importe que os outros bebam até cair e/ou dar vexame, é brega.
(brega = Que tem gosto duvidoso ou de mau gosto; cafona)

Eu não querer cheirar cocaína ou fumar maconha em festinhas de amigos é um comportamento esquisito.

Eu não rir das piadas de mau gosto de alguns perfis fake (fake você já sabe o que é) no twitter, ridicularizando artistas aos quais devemos o maior respeito, é não ter bom humor, é ser rígida demais. Aliás, todos devem ser respeitados, sejam artistas ou não. Se você não acha nada demais fazer piadinha com a mãe dos outros, faça com a sua!

Ser uma pessoa sensível é chato.

Não querer usar a lei de talião é incompreensível.
(lei de talião =  é o famoso olho por olho, dente por dente, ou toma lá, dá cá)

Pedir “por favor”, virou sinônimo de obrigar a pessoa a fazer algo que ela não quer fazer. Mandar já é legal.

Para mim o que é indecente é o comportamento dos jovens que agridem mendigos, crianças, idosos, homossexuais, e não serem punidos, pois são pessoas inocentes, primárias, geralmente de famílias de classe média alta.  Para mim eles são bestas humanas e não acho nada “cool” esse divertimento que geralmente é praticado com uma turma de amigos.
(cool = contrário de brega, tudo que é legal e está na moda)

Para mim é inadmissível ninguém ceder o lugar quando entra um(a) senhor(a) de idade ou uma mulher grávida em um ônibus. Um dia eu pedi para meu sobrinho  que cedesse o lugar dele sempre que ocorresse essa situação, e surgiu este diálogo:
- mas por quê tia?
- porque o idoso tem menos força pra se segurar dentro de um ônibus em movimento e pode cair e se machucar, e a grávida está com o peso dobrado pois carrega outra pessoa e pode acontecer o mesmo, e aí serão duas pessoas a se machucarem.
Ele me olhou, deu um sorriso e disse: agora entendi.
Eu quero que ele entenda também que há uma explicação para agir corretamente.
Nunca digo simplesmente “não pode”, ou “porque não” para alguém que por forças das circunstâncias é dependente meu naquele momento.

Para eu dizer que sou uma pessoa boa, tenho quase que me ajoelhar e pedir mil perdões por estar dizendo isto. E quando digo, como disse no início, soa falso; tem sempre alguém de “rabo de olho” esperando um deslize meu pra provar o contrário. Óbvio que ser legal não quer dizer que não erro! Viu como estou me explicando?
Não estou fazendo auto-promoção, porque na minha profissão isto não é necessário e não me ajuda em nada.
E escrever como eu sou, nunca será o suficiente – será preciso conviver comigo para me conhecer, assim como com todas as pessoas.
(E se mesmo convivendo anos e anos comigo, ainda não sabe quem eu sou, não vale à pena nem me ler, nem me ver e nem me ter!)

Estou aqui expondo que a ordem dos valores hoje em dia, anda muito, mas muito alterada mesmo. Perdeu-se a noção do que é certo e do que é errado.

Não posso acreditar e aceitar que a lei só será cumprida se houver a prova material do vídeo gravado em câmeras de circuito interno ou de algum celular.

E eu não quero e não vou acreditar que as coisas mudaram pra pior.
Eu não vou entrar nessa não.
Esse ritmo eu não danço.
Esse planeta aí está com a rotação errada:
- Para o mundo que eu quero descer!