sexta-feira, 9 de abril de 2010

TRISTE

TRISTE


Chuvas inimagináveis atingem as cidades, deixando rastros de destruição. Isto me influencia também.

Olho agora para minhas mãos, neste teclado, já idosas, cansadas, teimando em registrar.

Se estou aqui, agora, é porque não tenho mais nada que ocupe minha mente...

Dentre milhões de pessoas neste planeta existe a solidão, e eu não sou a única, mas o meu sentir é. Eu sinto na minha intensidade, que pode ser maior, muito maior que a maioria, mas deve haver alguém que sente muito mais. O importante é que sou eu que estou sentindo - então é importante, deveria ser, para quem gosta de mim.

Não importa se estou triste, isto não é motivo para atestado médico. Tristeza não é doença - tenho que trabalhar. E tenho que dormir, comer, andar, administrar, cuidar.

Será que a tristeza é somente a falta de algo?

Há espaços virtuais com diversos nomes, mas onde encontrar um em que eu possa ver, ouvir, tocar, e ter uma conversa com princípio, meio e fim?

Tudo tão rápido, olá, boa noite, bom dia, tudo bem, você sumiu, rsrsrs, smiles mil, e de repente, não tem ninguém, ou se escondem...

Insisto, e incomoda; pareço estranha, me retraio; pareço estranha de novo, desisto.

Não sou uma boa jogadora, nunca fui. Só jogava para estar junto de quem gostava, para conversar, para rir, para contar as novidades e ouvir.

Nem sei se é tristeza ou vazio.

Sinto falta de sons, sons de vozes...de risadas, de suspiros...

Tem outros mundos, o das músicas, dos livros, dos filmes - de novo ninguém me responde, só falam, e eu vejo e ouço, calada, sentindo apenas.

Quantos mundos mais?

Como aquele planetinha do príncipe, sem ninguém. E aí entendo o pequeno: dá vontade de ir embora, viajar, pra nunca mais voltar.