quinta-feira, 13 de maio de 2010

Saga Lusa

05 de Junho resolvo embarcar de avião para rever pessoas da minha família.
Ainda apreensiva como todos, com a tragédia do AIRBUS para Paris, mas tentando manter a elegância que o momento exige, chego inteira ao meu destino – confesso que tremi um bocado .
O pensar da volta começa a me incomodar. Preciso de algo para manter a sanidade, e nada melhor do que passar todo o voo lendo.
Opto geralmente por revistas bem cheia de fotos, assim não penso muito.
Último dia, melhor ir ao shopping e ver vitrines. Entro na minha livraria preferida, e depois de um café com pão de queijo, me veio à cabeça o livro da Adriana Calcanhotto. Com a presteza do garoto, e elogios rasgados do mesmo ao referido livro, não exito e compro.
Enfim, depois de muitos suspiros, entro novamente naquele veículo seguríssimo, e me afivelo com todo o cuidado tendo ao meu lado aquela capinha rosa cheia de pedaços colados esperando o decolar.
Após alguns minutos, já em pleno vôo, abro e deparo-me com a dedicatória “para mim”?! Já gostei. Coincidentemente o início ela também está voando, só que para Portugal.
Aí começa o relato do “surto”, e eu em pleno voo começo a surtar junto, rsrs... só é engraçado agora. Meu coração entra em palpitações, e alguns sintomas de falta de ar, e ela, a menina Adriana piorando, e eu aqui entrando em pânico. Meu Deus, este livro tem alguma coisa, ele contamina a gente....
Parei de ler.
Não deu mais. Pensei, que diacho de livro bom, mas vou esperar chegar em casa e surtar junto com ela na segurança do meu quarto.
Em duas noites li o livro.A riqueza de detalhes me levou a delírios semelhantes e o humor irônico e inteligente da narrativa foram o contraponto para sorrisos e algumas belas gargalhadas.
O livro é um manual de sobrevivência, pelo menos para mim, para situações totalmente fora de controle.
Está esperando o quê? Vá comprar o seu exemplar (preço camarada), e ainda pode escolher capinha
laranja, verde, rosa ou azul

SAGA LUSA, de Adriana Calcanhotto
Editora:Cobogó
Ano de edição: 2008
(escrito em Monday, June 29, 2009)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

TRATADO SOBRE MÚSICA

TRATADO SOBRE MÚSICA

Estou transcrevendo o que escrevi anteriormente no twitter, e como aqui não há a limitação dos 140 caracteres, desenvolvi um pouco mais algumas frases.


1)Música é música, não importa se cantada em inglês, francês, italiano ou português. Cada um compõe na língua que é mais fluente ou na língua pátria.

2) Se você defende que só devemos ouvir música brasileira, e não a estrangeira, também deve se recusar a falar com alguém que não fala português. Ou ler livros, ou ver quadros ou esculturas estrangeiras.

3) Música é expressão, manifestação, cultura, arte enfim. Toda forma de arte deve ter a liberdade de ser apreciada. E também a liberdade de ser mostrada aonde quiser. Vê ou ouve quem quer.

4) Beethoven, Tchaikovsky, Mozart, Chopin, Brahms, Ravel, dentre outros tantos clássicos, são música estrangeira. Nunca vi ou ouvi ninguém sugerir que tal tipo de música não poderia ser tocada. Só porque não tem letra podemos ouvir? Não tem letra porque eles não escreveram. Se tivessem escrito, aí não poderíamos ouvir, né?

5) Mas mesmo assim você defende de todo jeito que não deveríamos ouvir música estrangeira?

6) Então deveria defender também que os cantores brasileiros não deveriam divulgar “nossa” música no exterior, pois lá ela seria estrangeira, proibida portanto de ser ouvida.

7) Fim do tratado.