quinta-feira, 24 de março de 2011

Pausas Absolutas

*Pausas Absolutas*
Prestar atenção nos detalhes de tudo o que acontece ao redor, é instintivo em mim.
Quando vejo, já está acontecendo...
E esse hábito, às vezes, cria situações inusitadas que acabei por inserir em meu vocabulário com o nome de “pausa absoluta”.

Pausas absolutas são aqueles momentos, frações de segundo que antecedem algo de bom, em que eu congelo tudo ao redor. Óbvio que só vou falar dos bons momentos - deixa a tristeza pra lá.

Pausa absoluta: é o silêncio do “clique” da captura da máquina fotográfica mental daquele momento, que ficará gravado em minha alma, eternamente.

 Sou, ao mesmo tempo, a diretora, a atriz, a plateia.

 Nesses momentos de pausa, não há desespero ou tristeza e os sons desaparecem.

Em vez de explicar, melhor mesmo é “mostrar as fotos ou os vídeos capturados”.

1 - Naquele momento onde me encontro absolutamente mergulhada no prazer da entrega ao ser que compartilha o mesmo, a respiração acelerada, tudo envolto em êxtase
* (pausa) de repente parar tudo, no maior sofrimento, todos os movimentos, e olhar nos olhos e sorrir, gravar o rosto com a expressão do prazer na memória... e depois continuar até terminar;

2 – No aeroporto, ou rodoviária, estou partindo, deixando alguém lá atrás, sem poder fazer nada... e antes de embarcar,
* (pausa) paro, me viro, e lá está, olhando pra mim... registro, suspiro, me viro novamente e continuo, levando comigo aquela presença, aquele olhar;

3 – Acordar atrasada, correr para o banho, escolher qualquer roupa, e na cozinha encher a xícara de café e em vez de virar todo o líquido de uma vez,
*(pausa) parar a  xícara, em frente à boca, e sentir o aroma inebriante e deixar a mente se encher de nada ou de lembranças mil e após segundos infinitos, beber todo o conteúdo com prazer;

4 – Tentando acreditar que é preciso arriscar, insistir, e decidir mandar uma mensagem de celular, ou DM no twitter,
* (pausa) espero sem piscar, olhando para aquele visor de vidro, ou tocar o som ou acender a luz da resposta chegar, dizendo um “sim” ou qualquer coisa nem que seja um simples : )

5 – Voltando pra casa, à noite, estrada cheia, chuva caindo, de carona, o motorista cochila, o carro roda 180 graus, atravessa a pista contrária, e tudo pára nesse momento,
*(pausa) enquanto ele gira; o que fiz de marcante na minha vida, vem à mente; totalmente entregue ao destino,  não rezo, não dá tempo; aí volto a respirar – o carro parou na outra pista, ao contrário e nada aconteceu,  sorrio, mais uma oportunidade de continuar.

E nesse exato momento uma pausa absoluta: paro os dedos sobre o teclado, aguardando as palavras pra terminar.
Conhece alguma que acontece(u) com você?

segunda-feira, 14 de março de 2011

Engolindo Palavras

Engolindo Palavras
Acordei assim, cedíssimo, com vontade de falar. Passei o dia assim, sem ter coragem pra falar e aí engoli as palavras.
Mas sempre fiz isso. Quem dera ter coragem pra falar.
Palavras engolidas causam uma revolução interna de sentimentos, pensamentos, e me deixam ansiosa, com pressa pra tudo.
Escrever foi e é uma solução paliativa – espero que pelo menos me acalme.
A urgência de tudo, vem das tragédias que são vividas “at the same time”, “on line” e invade minha cabeça com um único pensamento: não tenho tanto tempo pra esperar!
A vontade de dizer o que sinto, o que me deixa feliz, o que me atrai, o que me assusta, o que me faz querer, o que me faz triste, brota com a força de um vulcão – e aí vem o medo de assustar. Vulcões são assustadores, eu sei.
Medo de não me compreenderem. A falta de intimidade, a invasão de privacidade, a falta de tempo, alteram o significado das palavras. E quando somente se escreve as palavras, a coisa fica bem pior.
Tente escrever pra alguém que você gosta:
- "Não, eu já disse que não!" (soou agressivo, não foi?)
Agora tente dizer, com um olhar doce e uma voz bem melosa a mesma frase. (pode até soar como um convite de sim, não é?).



Para se alcançar a comunicação quase perfeita tem que existir a voz, o olhar, talvez o toque...
Óbvio que vivendo neste tempo agora, onde ninguém tem tempo a não ser para trabalhar, temos que usar outros meios de comunicação que se encontram à nossa disposição. Eu, por exemplo, adoro receber e mandar “msg” através do celular. Adoro me comunicar com as pessoas através do “twitter” e interagir através da troca de "emails", já que ali não haverá a limitação dos 140 caracteres.
O “blog” é pra defumar meu ser, purgando os pensamentos, os desejos, em palavras escritas.
Dizem que o planeta alterou sua inclinação em 11/03/2011. Algo mudará nas áreas costeiras de todos os países, e em nosso ponto de equilíbrio. Teremos que nos ajustar, nos adaptar, sem perder o objetivo principal que nos move – viver bem!
Espero encontrar logo o gancho para iniciar a conversa...quero abandonar a figura do vulcão e transformá-la na fonte que flui lentamente - água fresca e límpida.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Earth?

Ser uma pessoa boa é ser fake.
(fake = falso)

Ser honesto é raro.

Eu não gostar de falar palavrão é excesso de moralidade, mesmo que eu não me importe que os outros falem.

Eu não gostar de bebida alcoólica, mesmo que não me importe que os outros bebam até cair e/ou dar vexame, é brega.
(brega = Que tem gosto duvidoso ou de mau gosto; cafona)

Eu não querer cheirar cocaína ou fumar maconha em festinhas de amigos é um comportamento esquisito.

Eu não rir das piadas de mau gosto de alguns perfis fake (fake você já sabe o que é) no twitter, ridicularizando artistas aos quais devemos o maior respeito, é não ter bom humor, é ser rígida demais. Aliás, todos devem ser respeitados, sejam artistas ou não. Se você não acha nada demais fazer piadinha com a mãe dos outros, faça com a sua!

Ser uma pessoa sensível é chato.

Não querer usar a lei de talião é incompreensível.
(lei de talião =  é o famoso olho por olho, dente por dente, ou toma lá, dá cá)

Pedir “por favor”, virou sinônimo de obrigar a pessoa a fazer algo que ela não quer fazer. Mandar já é legal.

Para mim o que é indecente é o comportamento dos jovens que agridem mendigos, crianças, idosos, homossexuais, e não serem punidos, pois são pessoas inocentes, primárias, geralmente de famílias de classe média alta.  Para mim eles são bestas humanas e não acho nada “cool” esse divertimento que geralmente é praticado com uma turma de amigos.
(cool = contrário de brega, tudo que é legal e está na moda)

Para mim é inadmissível ninguém ceder o lugar quando entra um(a) senhor(a) de idade ou uma mulher grávida em um ônibus. Um dia eu pedi para meu sobrinho  que cedesse o lugar dele sempre que ocorresse essa situação, e surgiu este diálogo:
- mas por quê tia?
- porque o idoso tem menos força pra se segurar dentro de um ônibus em movimento e pode cair e se machucar, e a grávida está com o peso dobrado pois carrega outra pessoa e pode acontecer o mesmo, e aí serão duas pessoas a se machucarem.
Ele me olhou, deu um sorriso e disse: agora entendi.
Eu quero que ele entenda também que há uma explicação para agir corretamente.
Nunca digo simplesmente “não pode”, ou “porque não” para alguém que por forças das circunstâncias é dependente meu naquele momento.

Para eu dizer que sou uma pessoa boa, tenho quase que me ajoelhar e pedir mil perdões por estar dizendo isto. E quando digo, como disse no início, soa falso; tem sempre alguém de “rabo de olho” esperando um deslize meu pra provar o contrário. Óbvio que ser legal não quer dizer que não erro! Viu como estou me explicando?
Não estou fazendo auto-promoção, porque na minha profissão isto não é necessário e não me ajuda em nada.
E escrever como eu sou, nunca será o suficiente – será preciso conviver comigo para me conhecer, assim como com todas as pessoas.
(E se mesmo convivendo anos e anos comigo, ainda não sabe quem eu sou, não vale à pena nem me ler, nem me ver e nem me ter!)

Estou aqui expondo que a ordem dos valores hoje em dia, anda muito, mas muito alterada mesmo. Perdeu-se a noção do que é certo e do que é errado.

Não posso acreditar e aceitar que a lei só será cumprida se houver a prova material do vídeo gravado em câmeras de circuito interno ou de algum celular.

E eu não quero e não vou acreditar que as coisas mudaram pra pior.
Eu não vou entrar nessa não.
Esse ritmo eu não danço.
Esse planeta aí está com a rotação errada:
- Para o mundo que eu quero descer!